Segredos de todos nós.
Cap. 4
Ana.
Quando li a msg do Maurício me convidando pra ir a praia com eles, dei um sorrisão que acho que todos perceberam. Depois que a aula acabou, fui falar com ele dizendo que o único problema era que eu iria ter de passar em casa pra pegar biquíni etc... e ele respondeu todo fofo...
- Não tem problema nenhum! As meninas também vão fazer isso, é bom que da tempo pra eu te levar na sua casa, e você pega o que precisar.
- Ta ok então!
- Só vamos esperar os meninos que tão vindo ai ainda... Vamos pro pátio?
- Vamos! Sorri...
Maurício.
Assim que a aula acabou, a Ana estava no corredor e me olhou com um olhar brilhando, sorrimos um pro outro e combinamos de ir na casa dela assim que sairmos dali pra pegarmos as coisas dela. Fomos esperar os outros no pátio...
Então comecei a ficar sem assunto, fiquei sem graça de estar ali com ela... só eu e ela pois os outros estavam demorando um pouco...
- Então Aninha, gostou do primeiro dia de aula?
- Até demais, conheci uma galerinha nova. E... Isso é bom né?
Sorri.
- É sim! Esta falando daquela garota nova que estava contigo na porta da sala da Joana?
- Também.
Ela deu um sorrisinho de lado e ficou me olhando.
- Não que eu fiquei interessado, mas é que eu nunca tinha visto ela aqui antes... Nem na cidade... Eu estranhei.
Ela sorriu.
- Que nada, você tem direito de se interessar por quem quiser, você é solteiro! E ela é a Dani... Não sei muito sobre ela não, a conheci hoje mesmo!
- Ah, é, eu tenho direito de me interessar por quem eu quiser!
Fiquei olhando dentro dos olhos dela...
Ela sorriu sem graça, colocou a franja atrás da orelha e disfarçou...
- Alá o Gui vindo!
Melissa.
Quando a Joana passou mal, fiquei desesperada! Lembrei que o Gui não era da turma quando fui chamá-lo pra ajudar... Então tive que me virar com outras pessoas estranhas, era a saúde da minha melhor amiga que estava em jogo...
Depois que a Jô estava fora de perigo no hospital, liguei pros meninos pra saber onde eles estavam, estavam à caminho da praia...
- Oi Gui! Cadê meu irmão?
- Tá aqui do meu lado, porque? Quer falar com ele?
- Não, serve você mesmo. Vem direto pro hospital das Clínicas aqui perto da facul! A Jô passou mal, e estamos aqui... Ela ta internada!
- Caraca! Já estamos indo prai, não se preocupe.
- Ta, tchau!
Quando eles chegam...
- O que ela está fazendo aqui?
Perguntei diretamente pro Gui.
- Relaxa Mel! Ela estava com a gente ia pra praia também...
Puxei ele pela camisa e coxixei:
- Eu aqui cuidando da Jo, e você garantindo uns beijinhos diferentes né Guilherme?
Ele sorriu e falou:
- Se você acha!
- Grrr! Não to rindo!
E saio de perto dele... A sonsa da Ana fala:
- Melhor eu ficar la fora, precisando de qualquer coisa me chama, ok Mauricio?
- Se precisarmos de alguma coisa, chamamos os médicos! Emburrei.
O Cel do Gui toca... E eu fico encarando ele...
- Como você está Jo? Meu irmão pergunta pra Joana...
- Com muita dor de cabeça, é estranho... Nunca senti isso! Mas to melhorando...
Bruno.
Quando todos se distraíram por causa da Joana, saí voado pra casa...
Chegando lá, percebi que tinha alguma coisa diferente no ar...
As luzes estavam todas acesas, como assim? De dia?
Subi direto pro quarto da minha mãe. Ela não estava... Fui no quarto da minha irmã... Ela também não estava... Mas percebi uma coisa muito estranha: os lençóis das camas não estavam ali. Foi aí que percebi que tinha acontecido algo muito ruim as duas. E eu não tinha chegado a tempo.
Fiquei desesperado, liguei pro celular da minha mãe, mas tocou lá no quarto dela...
Liguei pro celular da minha irmã... chamou... chamou... Não ia desistir...
Chamou... atenderam, com certeza não era a voz dela. Era um cara falando:
- Você quer as duas de volta?
- Claro! Com quem to falando? Heim desgraçado?
Ouvi um riso e ele respondeu:
- Por enquanto me chame de SR!
- Cara, não to brincando! Me fale que isso é uma pegadinha!
- Nem eu to brincando! E é SR pra você se você quiser que eu responda algo.
Respirei fundo e comecei a chorar...
- Ta ok SR. Me fala o que o SR. Quer.
- Isso ai garoto! Vou deixar você ouvir sua mãe... De repente ela fique livre pra te contar o que aconteceu...
Ele deu uma risada... Bati na parede com toda força
- Me deixa falar com ela!
Logo ouvi a voz da minha mãe, trêmula, decidida e ao mesmo tempo desesperada...
- Oi meu filho! Olha, faça tudo o que ele pedir! Mamãe já esta de volta, mas enquanto isso você vai ter que se virar sozinho!
- Cadê a Bibi mãe?
Comecei a chorar muito...
- Ela ta aqui meu amor!
- Ta bom, chega de papinho meloso e vamos logo a ação! Vou querer que você faça uns trabalhinhos pra mim rapaz!
Ouvi no fundo minha mãe chorando e falando pra soltarem ela...
Passei a mão pelos meus cabelos e falei:
- Ta! Mas quando vou vê-las novamente?
- Primeiro faça o que eu mando... Você terá que ir na casa do seu amigo Guilherme o mais rápido possível, e pegar uns papéis do pai dele pra mim!
- Ãhm? Que papéis cara?
- Sr!
- Que papéis SR?
- Você terá que encontrar. Se você pegar os errados, será mais um dia sem ver suas jóias.
E ele desligou.
- Filho de uma...
Comecei a pensar do que se tratava esses papéis.
Liguei pro Gui na mesma hora.
- Fala cara! Preciso muito... Parei e pensei no que eu ia falar, não podia contar o que acabou de acontecer...
Preciso muito de malhar, mas a academia que eu malho fechou, tem como eu ir malhar na sua casa?
- Fala ai Bruno! Cara, se liga vem pro hospital na rua depois da facul que a gente vai pra minha casa depois jaé?
- Jaé.
Sai correndo, nem lembrei o que tinha acontecido pra ele estar no hospital...
Guilherme.
Corremos pro hospital... Mas não entendi o porque ela precisava da gente se já tinham levado ela e hospitalizado, acho que a Mel não queria que eu fosse pra praia e não falou isso da forma correta. Mas eu gostei, senti que ia segurar vela mesmo...
Chegando lá, a Mel da maior crise de ciúmes como sempre, coitada da Ana.
Do nada o Bruno me liga com maior papo estranho de malhar, mas bem que eu queria dar uma malhadinha mesmo... comi pra caramba nos últimos dias...
Daniela.
Quando estava no MSN conversando direito com meu gatinho, ele vem com o papo de que já estava ficando com ciúmes dos garotos daqui porque são bronzeados, mais descolados etc... Sorri e falei que não tinha nada a ver, que ele sempre será meu gatinho perciano... Mas quando falei pra ele que tinha um garoto muito parecido com ele no jeito, ele ficou realmente sério, parece não ter gostado, então eu achei melhor nunca mais falar nada sobre isso.
Quando estou saindo do pub, esbarro com esse garoto... Ficamos nos olhando por uns segundos... e sorrimos um para o outro...
- Nossa, me desculpe! Sou tão desastrada...
- Eu que peço desculpa, estou com a cabeça em outro mundo hoje.
- Ah, tudo bem!
- Então, está indo pra casa?
- É, não tem mais nada pra eu fazer aqui, não conheço nada mesmo...
- Hum, quer dar um passeio pelos lugares históricos da cidade?
- Nossa, que massa! Gostaria muito... Se não for te atrapalhar!
Ele sorriu
- Com certeza você não me atrapalha em nada...
Sorri de volta e começamos a andar...
- Então, onde vamos?
- Hum, podemos ir ao museu de artes primeiro, acho que você irá gostar muito.
- Com certeza!
Olhos nos olhos dele...
Sorrimos.
Izaac.
Quando percebo que estou em casa, lavo o rosto e desço pra rua, não queria ficar nem mais um segundo ali... Quando estou andando pela calçada, esbarro na garota da facul... Sorrimos sem graça... Então decidi dar um passeio com ela, é um favor pra ambos.
A levei pra uns lugares bonitos... e depois a chamei pra ir comigo em uma antiga biblioteca que eu conhecia, tinha socego lá... não era o lugar mais iluminado da cidade, mas ninguém ia lá... ela aceitou.
- Então, aqui da pra gente conversar melhor sem aquela correria e barulhada da cidade... Pra qual fim você veio pra cá?
- Ah, meus pais tiveram que vir pra cá em trabalho, então eu tive que vir também...
- Ah ta, e esta aqui a quanto tempo?
- 2 meses... você mora aqui a quanto tempo?
- Hum, desde que minha mãe faleceu, tem uns 10 anos.
- Nossa, meus sentimentos!
- Sem problemas, já superei...
- E seu pai?
- Moro com ele, mas nem parece que ele mora lá... Muito trabalho.
- Ah ta, entendo... Meus pais também trabalham muito, deixam sempre mensagens eletrônicas quando querem que eu cumpra algo ou um recadinho de bom dia ou algo do tipo, só os vejo de manhã e no final de semana...
- Hum, sei...
E o papo foi rolando... e nos conhecendo melhor, com ela eu consegui falar algumas coisas sobre mim, claro que não foi muita coisa... mas não sei o porque... tem gente que conheço à anos e não consigo conversar assim como conversei com ela. Vá saber, talvez foi o lugar que estávamos, talvez me senti muito normal ao lado dela...
